Vereadores querem esclarecimentos sobre riscos ao abastecimento de água em Monlevade devido barragens

por Acom CMJM publicado 25/02/2021 12h34, última modificação 25/02/2021 12h34
Estacionamento rotativo, serviço dos Correios e o caos sempre presenciado na cidade em períodos chuvosos também foram lembrados pelos vereadores
Vereadores querem esclarecimentos sobre riscos ao abastecimento de água em Monlevade devido barragens

Pauta ambiental foi abordada pelo presidente Gustavo Maciel (Podemos) - Crédito: Cíntia Araújo Tavares/Acom CMJM

A reunião ordinária desta quarta (24) rendeu muitos assuntos na Câmara de João Monlevade. Dentre eles está a preocupação do Legislativo com relação a captação de água no Rio Santa Bárbara. O assunto foi abordado pelo presidente Gustavo Maciel (Podemos), em especial devido a três barragens da mineradora Vale estarem na microbacia do rio, de onde se capta água para abastecer 90% do município.

Segundo dados apresentados por Gustavo Maciel e coletados pelo Projeto Rio Piracicaba, na última sexta (19), a mineradora Vale comunicou à Defesa Civil Estadual a remoção de famílias da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Norte Laranjeiras. A barragem atende a mina Brucutu. Contudo, a preocupação do presidente da Câmara se estende a João Monlevade, em especial devido a captação de água do Rio Santa Bárbara pelo Departamento de Águas e Esgoto (DAE). “Além de passar pela Estação de Tratamento das Pacas, em Monlevade, o rio segue até Capela Branca, em Bela Vista de Minas e deságua no Rio Piracicaba. A partir deste ponto, segue por Nova Era até chegar ao Vale do Aço. Qualquer desastre ambiental neste sentido impacta a vida de pelo menos 500 mil pessoas”, explicou Gustavo.

Ainda sobre o assunto, Gustavo Maciel informou que várias cidades já procuraram a mineradora Vale para a adoção de medidas mitigadoras a respeito do abastecimento de água diante do cenário vislumbrado. Conforme estudo, Itabira está recebendo forte apoio financeiro para a construção de um novo sistema de captação de água. Já a região Metropolitana do Vale do Aço vem recebendo apoio para elaboração de um plano B em caso de um colapso hídrico. “Nós, em João Monlevade, precisamos agir imediatamente. Seja por requerimento, seja por reunião com as partes envolvidas, em especial a Vale, para buscar as soluções. Ipatinga, que está a 100 km, já adotou medidas. Nada mais justo que nós, que seremos impactados diretamente neste cenário, também busquemos a empresa e façamos um estudo aprofundado destes impactos”, conclamou Gustavo Maciel. O presidente recebeu apoio dos demais vereadores da Câmara.

Estacionamento rotativo e Correios

A qualidade de outros serviços prestados à população em João Monlevade também foi questionada pelos vereadores. Um deles foi o estacionamento rotativo. Thiago Titó (PDT) e Tonhão (Cidadania) notificarão o Executivo sobre divergências de informações apresentadas pela empresa TIMOB. O assunto foi pauta de uma reunião esta semana, no Legislativo monlevadense (clique aqui).

Outro assunto questionado pelos edis, e que inclusive é objeto de requerimento coletivo dos vereadores, é o serviço dos Correios. Uma reunião será agendada com a gerência local, para esclarecimentos sobre a restrição de entregas de correspondências em todos os endereços da cidade. Moradores de bairros como Planalto, Cidade Nova, dentre outros, reclamam que não recebem correspondências ou encomendas.

Chuvas e canil

Marquinho Dornelas (PDT) e Rael Alves (PSDB) também reclamaram de outro problema recorrente em João Monlevade: as inundações no período chuvoso. “Se nós não limparmos as galerias da nossa cidade, será, novamente, uma tragédia anunciada. Não pode ser chamado de acidente. Não é o rio que transborda com as chuvas. Com as galerias entupidas a água não tem como escorrer”, explicou ele. Rael Alves complementou. “Estive com um servidor da Prefeitura que informou que tem 20 anos que não se faz limpeza na galeria. É um absurdo”, completou Rael.

Por fim, Belmar Diniz (PT), cobrou um posicionamento da Prefeitura no que diz respeito às obras do novo canil municipal. “É uma obra de R$125 mil. As cercas estão danificadas, a iluminação foi apedrejada, maçanetas quebradas. Vamos agendar uma reunião porque o prefeito precisa definir”, disse. Ele ainda citou uma visita que fez recentemente com o vereador Gustavo Prandini ao atual endereço do canil municipal, que vem sofrendo com as chuvas. “Somos defensores da causa animal e vamos buscar as melhorias necessárias”, disse Belmar com o apoio de Prandini.

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