Reunião da Câmara de João Monlevade é pautada por discussões sobre segurança pública
A reunião ordinária de ontem, 4, da Câmara de João Monlevade, foi pautada por discussões sobre segurança pública. O assunto foi motivado pelo crime de assalto e estrupo que ocorreu tendo como vítima uma aluna da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) campus João Monlevade.
A tribuna popular foi utilizada por duas entidades: a Associação Mulheres em Ação de João Monlevade (AMA-JM) e ainda, o Diretório Acadêmico da Uemg (DA). Eliane Araújo, presidente da AMA, lamentou profundamente mais um caso de violência contra a mulher na cidade. “Já fizemos audiências, mobilizações. É preciso ações concretas. Vamos mobilizar os nossos deputados majoritários e cobrar do Estado atenção à segurança pública em Monlevade”, declarou Eliane. Já pela Uemg, a diretora cultural do DA, Isabela Camey, fez um discurso bastante emocionada. “A gente só quer estudar. Nós alunos fazemos o trajeto do morro para a Uemg com medo de sermos assaltados ou sofrer qualquer tipo de violência. A Polícia Militar faz o policiamento ostensivo por uma semana, e depois para. É preciso mais empenho do Poder Público. Escolhemos sair da casa de nossos pais para estudarmos aqui”, disse. A estudante ainda citou melhorias para se fazer de forma imediata. “A troca de lâmpadas queimadas nos postes é emergencial e também a limpeza do lote ao lado, que está com mato alto. Ações valem mais do que palavras”, declarou a estudante. Ao fim de seu discurso, ela passou para o presidente da Câmara, Djalma Bastos (PSD), um ofício do DA, solicitando intervenções para melhoria da iluminação pública próximo à Uemg.
Os vereadores repercutiram a situação. Djalma Bastos disse que discussões sobre segurança no entorno da Uemg já vem sendo feitas entre as partes. “Sugeriu-se inclusive colocar o morro como parte integrante da universidade, passando a portaria para baixo. Esta Casa nunca foi omissa e vai trabalhar a questão em parceria com o Poder Público e entidades”, disse. Thiago Titó (PDT) também se pronunciou. “A Câmara não é omissa, mas sabemos de nossas limitações. É preciso também que os estudantes tomem medidas estratégicas de segurança”, declarou. O vereador Fábio da Prohetel (PP) sugeriu criar uma comissão para cobrar mais investimento do Governo do Estado em segurança. “Temos força política. Vamos exercê-la”, opinou. Sinval Dias (PSDB), líder do Governo, classificou o crime como absurdo. “Segurança pública é responsabilidade do Estado, mas a Câmara faz seu papel de cobrar. As portas estão abertas para o debate”, enfatizou.
O vereador Vanderlei Miranda (PR) alertou aos estudantes para que não deixem que um fato que originou cobranças justas de melhorias se torne algo político. “É muito sério. Vamos mobilizar nossos deputados, mas não deixem que outras pessoas façam palanque político com a situação”, alertou. Belmar Diniz (PT) destacou que as discussões ocorreram na Câmara e em outros setores, mas ações efetivas não aconteceram. “A Câmara Municipal está aberta às discussões, mas os estudantes podem criar mecanismos, como grupos de whatsapp para troca de informações sobre o entorno da faculdade”, opinou. O vereador Gentil Bicalho (PT), se mostrou satisfeito pelo poder de indignação da sociedade. “Temos que retomar as discussões sobre a guarda municipal, fortalecer nossos conselhos de segurança”, opinou.
Revetrie Teixeira (PMDB), ressaltou que a Polícia Militar vem tentando fazer um bom trabalho, mas foi abandonada pelo Estado. “E ainda é preciso preocupar-se com o psicológico da vítima. Oferecer amparo”, declarou. A união dos vereadores para cobrar do governo estadual um posicionamento também foi sugestão de Toninho Eletricista (PHS). “O Governo do Estado reduz os investimentos e nós cidadãos não podemos pagar por isto. Devemos cobrar sim”, disse. Lelê do Fraga (PTB), compartilhou da opinião de Toninho. “Somos representantes do povo de João Monlevade. Vamos ao Governo”, declarou. Pastor Carlinhos (PMDB) lembrou que há dois meses ele usou a tribuna para reclamar da segurança pública. “Fui questionado e não valeu de nada. Será que podemos confiar na segurança pública? As falhas que ocorrem são por falta de gestão. Nossa justiça é falha”, lamentou o vereador.
Guilherme Nasser (PSDB) defendeu que o caso não seja mais uma estatística. “Estou há nove anos como vereador. Já fizemos diversas reuniões sobre segurança pública. Acredito que o que ocorreu não seja falha de comando da Polícia Militar. É preciso fazer intervenções de infraestrutura urgentes no entorno da Uemg e dentro do campus”, disse. Cláudio Cebolinha (PTB) solidarizou-se com a vítima e sua família. “Segurança é dever de todos. Meu gabinete está à disposição. Meus parabéns aos universitários, que cobram seus direitos”, enfatizou. Leles Pontes (PRB) também opinou sobre a questão. “Como vereador e presidente da Comissão de Educação desta Casa, ofereço meu empenho e trabalho para juntos lutarmos pelas melhorias tão necessárias”, disse. Já Tonhão (PPS) lembrou que as polícias Militar e Civil desempenham um bom trabalho na cidade. “Os comandos das policias são bons. O do Estado só transfere problemas para as prefeitura. É uma covardia com os municípios”, frizou Tonhão.