Comportamento seguro é tema de palestra com bom público na Câmara de João Monlevade

por Acom CMJM publicado 08/11/2017 16h40, última modificação 10/11/2017 13h59

Militares da 17ª Cia. de Polícia Militar Independente estiveram na Câmara de João Monlevade na manhã de hoje, 8, para ministrar palestra sobre comportamento seguro e medidas auto protetivas. Mais de 100 pessoas ocuparam o Plenário do Legislativo, sendo o público composto por servidores municipais, vereadores e população em geral. A iniciativa da palestra foi do vereador Thiago Titó (PDT), com total apoio do presidente da Câmara, Djalma Bastos (PSD). Além dos dois, estiveram presentes os vereadores Toninho Eletricista (PHS), Revetrie Teixeira e Pastor Carlinhos (ambos do PMDB), Gentil Bicalho e Belmar Diniz (ambos do PT), Cláudio Cebolinha (PTB), Sinval Dias (PSDB) e Leles Pontes (PRB). Os demais edis justificaram ausência.

A palestra foi ministrada pelo tenente Sebastião Rodrigues. Ele destacou três pilares para que um crime ocorra: agressor motivado, falta de vigilância e alvo disponível. “E uma das maiores motivações dos autores é justamente a legislação penal. Sabem que não ficarão presos por muito tempo, e isso quando o são. Cito aqui em especial os menores”, declarou o tenente. O militar ainda citou a falta de vigilância por parte do cidadão. “O mundo virtual, disponível pelo celular, é uma armadilha. Rotineiramente fazemos ronda pela cidade e é notório a distração das pessoas, em especial nos pontos de ônibus, mexendo nos aparelhos celulares, que é o mais roubado atualmente”, disse o tenente.

Já a preparação para o crime passa por cinco etapas. A primeira é a pré-eleição do alvo. “Esta fase pode durar meses, dias ou minutos. É quando o bandido escolhe sua vítima”, disse. A segunda fase é a identificação do alvo, ou seja, quando a vítima é escolhida e geralmente, é o cidadão mais distraído, mais fraco ou que tenha algo específico buscado pelo autor. A terceira etapa é a da vigilância, em que o bandido avalia a situação antes de cometer o crime. “Esta é a melhor fase em que o cidadão pode agir de forma preventiva, a partir da adoção de medidas auto protetivas, como desviar o caminho, tentar se colocar em uma situação mais segura”, destacou o tenente. O planejamento do crime é a quarta fase e a última, o ataque do bandido. “Este é o pior momento para interromper a ação do bandido”, disse o militar.

Identificação do bandido

Outro ponto de destacado pela Polícia Militar é que o bandido não tem cara e nem idade. “Há os de terno e gravata, há menores que parecem crianças, há mulheres que parecem frágeis, qualquer um pode ser bandido”, disse. Para exemplificar a situação, o tenente Rodrigues mostrou aos presentes um vídeo, em que um adulto entra em uma drogaria com uma criança de aproximadamente 8 anos. O adulto distrai o vendedor, que estava sozinho, enquanto a criança furta o dinheiro do caixa. “Muitas vezes fazemos abordagens nas ruas da cidade, amparados pelo artigo 44 do Código Processual Penal e somos mal vistos. Mas as abordagens não são em vão. Em alguns casos, recebemos comunicação de crime e determinado cidadão tem as características do autor ou veste roupas semelhantes. A busca pessoal independe de mandado”, justificou o policial.

A Polícia Militar ainda instruiu que caso o cidadão perceba alguma situação de perigo, que se coloque a uma distância de mais de 20 metros do suspeito. “Ainda que ele porte uma arma de fogo, somente atiradores treinados conseguem acertar a partir desta distância”, justificou. Mas em caso de emergência, a PM instrui que o cidadão não reaja e nem parta para o enfrentamento. “O mais importante é memorizar características físicas do agressor, bem como rota de fuga e outras questões. E imediatamente acionar a Polícia Militar. Se for na rua, não espere achar uma viatura. Ligue 190 de imediato”, enfatizou o tenente Rodrigues.

Violência contra a mulher

Um ponto foi destacado pelo tenente Rodrigues, que enfatizou ser sua opinião pessoal. Ele reiterou que por mais que a máxima seja de não reação da vítima, há uma preocupação especial quando o crime é contra a mulher. “Em 80% dos casos em que a mulher, enquanto vítima, é deslocada do local da abordagem para outro ponto, é porque o autor pretende praticar violência sexual, matá-la, ou as duas situações”, explicou. O tenente disse ainda que especialistas afirmam que neste caso, é preciso estabelecer uma decisão firme e consciente de não ir. Conforme trecho de estudo apresentado “... se for tomar um tiro, então que seja no estacionamento ou no meio da rua, onde o socorro poderá chegar rápido. Pois se isso acontecer no meio do mato ou em um local deserto, certamente as chances de ser socorrido a tempo são mínimas. ”

Abordagem da polícia em bares e eventos também é esclarecida

Ao final da palestra, Djalma Bastos pediu que o subcomandante da 17ª Cia., capitão Filipe Gaigher, esclarecesse aos presentes a abordagem feita por militares no que diz respeito ao volume do som em bares, repúblicas e outros eventos em Monlevade. O subcomandante esclareceu que as abordagens têm caráter preventivo, e que são feitas amparadas pela lei. “Recebemos reclamações recorrentes referentes a alguns estabelecimentos e repúblicas. Fiscalizamos por demanda. Não é intuito da Polícia Militar prejudicar qualquer trabalho, desde que se respeite a legislação vigente, que determina o máximo de 70 decibéis para som ambiente. Em caso de eventos, é preciso atentar-se para a regularização de documentos”, enfatizou o capitão. Belmar Diniz sugeriu então que se encaminhe um diálogo entre produtores de eventos, donos de bares e restaurantes, representantes de repúblicas com a PM, a fim de elaborar um calendário de atividades e buscar soluções que atendam a todos. A proposta será analisada.

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