Comissão de Saúde reúne com Secretaria e Conselho para cobrar soluções

por Acom CMJM publicado 04/10/2017 10h18, última modificação 04/10/2017 10h18

A denúncia feita pela usuária do Ônibus da Saúde, Estanisleia Martins do Nascimento, sobre a conduta do monitor Marco Zalem Rita (Doró da Saúde), originou uma reunião entre os membros da Comissão de Saúde da Câmara, presidida por Revetrie Teixeira (PMDB) e composta pelos vereadores Belmar Diniz (PT) e Toninho Eletricista (PHS), a secretária municipal da pasta, Andréia Peixoto, a membro do Conselho Municipal de Saúde, Jalva Ribeiro, e os servidores municipais Doró da Saúde e Jussara Dias Pinto. O encontro ocorreu na tarde do dia 18, na Câmara Municipal.

A autora da denúncia foi a primeira a falar. Segundo ela, que faz tratamento contra um câncer, no dia 11 de agosto foi a Belo Horizonte fazer retirada de pontos. Para tanto, utilizou o ônibus oferecido pela Prefeitura, que sai de João Monlevade às 4h, com horário previsto de retorno às 13h30. “Durante o tempo que fiquei esperando, Doró me ligou várias vezes, perguntando se poderia ir embora, já que os demais pacientes estavam liberados. Quero deixar claro que o ônibus da Saúde tem horário para sair de BH às 13h30. Entrei no consultório às 13h08 e o Doró foi embora de Belo Horizonte às 13h09”, declarou Estanisleia. A paciente afirma que saiu do consultório do médico às 13h35. “Doró sabia da minha condição, que eu havia feito duas cirurgias recentes e não respeitou. Eu fui com ele e queria voltar com ele porque eu tinha que voltar para a capital na madrugada de sábado, para dar continuidade ao tratamento. Cheguei em Monlevade na sexta à noite e tive que viajar novamente na madrugada de sábado para dar continuidade ao meu tratamento. Ele fica apressando os pacientes, falando que tem compromisso em Monlevade. Desta vez, ele havia me dito que precisava chegar em Monlevade antes do horário do banco fechar”, afirmou a usuária.

Doró também deu sua versão dos fatos. Ele disse que sempre respeitou a paciente e que em outras viagens, já atrasou a saída de BH. “A gente sabe que há contratempos. O médico atrasa, acontece alguma urgência. Nunca tive problemas em esperar”, justificou Doró. O monitor ainda disse que no dia saiu de BH às 13h20, que há outros pacientes também com tratamentos mais deliciados, e que ele deve zelar por estes também. “Eu nunca deixo paciente para trás. Só saio de Belo Horizonte quando confirmo que no outro ônibus da Prefeitura há vaga para o paciente que não pode voltar comigo. Ela disse que eu poderia vir embora, então eu vim”, explicou o monitor. Ao final, Doró pediu desculpas à paciente. A secretária de Saúde, Andréia Peixoto, endossou que o horário de saída do ônibus da Prefeitura é 13h30 e que este deve ser respeitado, salvo quando atraso por parte do paciente.

Fala dos vereadores

Revetrie destacou que tem conhecimento de pelo menos mais cinco denúncias sobre a conduta do monitor Doró da Saúde, e cobrou profissionalismo do monitor. O presidente da Comissão de Saúde ainda cobrou do servidor uma postura mais profissional e ética, principalmente no que diz respeito às declarações do mesmo, de que a denúncia foi reforçada por ele, pela paciente ser madrinha do vereador. “Exijo que a secretária cobre dos servidores uma postura mais ética e profissional. Trabalho como vigia na Secretaria de Saúde e vejo que muitas vezes, pacientes vão até lá para marcar consultas ou fazer reclamações e começam os burburinhos nos corredores, o que deixa os pacientes constrangidos e inibidos de cobrar melhorias”, disse Revetrie.

Outra medida cobrada pelo vereador e presidente da comissão, diz respeito à acusação do monitor, que chegou a afirmar que Revetrie teria levado a paciente a um jornal da cidade, para fazer a denúncia contra Doró. “Dei carona para a Estanisleia, pois ela precisava ir aos Correios, em Carneirinhos, local que que estava no meu trajeto para a Câmara. Tem inclusive testemunha para confirmar. Como vereador, não preciso induzir nenhum cidadão a falar mal de servidor. Meu dever é fiscalizar e de todo servidor público, o dever é atender bem o cidadão e fazer seu trabalho corretamente. Se ela foi ao jornal para fazer a denúncia, sentiu-se no direito de fazê-lo. A acusação feita por Doró contra este vereador é falsa”, enfatizou Revetrie.

Belmar Diniz também fez uso da palavra e disse que é preciso um melhor trabalho dos monitores, em especial na instrução aos pacientes. “Colocar visível nos ônibus a conduta de esperar pacientemente que todos os usuários finalizem suas consultas. Ninguém vai a passeio e é preciso mais humanidade para compreender o problema do outro”, destacou. O vereador sugeriu também que os usuários assinem uma espécie de termo de responsabilidade, cientes de que é preciso avisar com antecedência em caso de desistência da viagem e também da espera de todos os pacientes em Belo Horizonte. Já Toninho Eletricista destacou que a importância da reunião é discutir tudo o que precisa melhorar, de forma a beneficiar a população. “Este diálogo é importante para isto. Não é acusando A ou B que vamos melhorar. É buscando as soluções em conjunto”, destacou.

Jalva Ribeiro também sugeriu como melhoria a reserva de três vagas no ônibus da Prefeitura que sai mais tarde de Belo Horizonte. “Desta forma, caso haja atraso no primeiro embarque, há como salvaguarda estas vagas no segundo ônibus”, esclareceu Jalva, que prometeu levar as sugestões dadas no encontro à reunião do Conselho de Saúde. Já a secretária de Saúde, Andréia Peixoto, agradeceu a oportunidade de esclarecimentos e as melhorias apontadas. “Precisamos trabalhar em conjunto: secretaria, conselho, comissão de Saúde da Câmara. Só assim conseguiremos corrigir erros e melhorar o atendimento”, declarou. A Comissão de Saúde formalizará um documento a ser entregue ao Executivo, para a tomada de providências por parte da Prefeitura.

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