Após intervenção dos vereadores, empresas prestadoras de serviços da ArcelorMittal reforçam compromisso de priorizar contratação de mão de obra local
As empresas prestadoras de serviços da ArcelorMittal Monlevade renovaram seus compromissos em priorizar a contratação de mão de obra local. É o que foi afirmado pelo gerente de Recursos Humanos, João Carlos de Oliveira Guimarães, durante reunião com os vereadores da Câmara de João Monlevade. O encontro aconteceu na tarde de ontem, 28, e contou com a presença do presidente da Câmara, Djalma Bastos (PSD), e dos vereadores Leles Pontes (PRB), Cláudio Cebolinha (PTB), Revetrie da Saúde (PMDB), Fábio da Prohetel (PP), Tonhão (PPS), Toninho Eletricista (PHS), Lelê do Fraga (PTB), Belmar Diniz (PT), Thiago Titó (PDT), Gentil Bicalho (PT), Pastor Carlinhos (PMDB) e Sinval Dias (PSDB). Pela empresa, além de João Carlos esteve presente o analista de Comunicação, Lucas Vilela.
A reunião foi agendada a pedido dos vereadores, para que fossem esclarecidas denúncias de trabalhadores da cidade, de que as prestadoras de serviço da ArcelorMittal não estariam dando preferência à contratação de mão de obra de João Monlevade. Os vereadores Djalma Bastos e Revetrie da Saúde atenderam a estes trabalhadores e solicitaram explicações da siderúrgica por ofício. Ainda assim optou-se também pela reunião presencial, a fim de esclarecer todos os questionamentos.
Segundo João Carlos, é preciso esclarecer inicialmente que as contratações em questão são para uma obra que vai durar 40 dias e que é necessária para prolongar a vida útil do alto forno da empresa. “Neste momento a aciaria irá parar, a partir de 27 de julho. Então os trabalhadores desempenharão funções também junto a obra”, disse João Carlos. O gerente de RH da siderúrgica ainda disse que após intervenção da Câmara, reuniu-se com os representantes destas empresas para analisar a situação. Conforme declarado por ele, foi explicado novamente as regras de conduta empresarial da ArcelorMittal Monlevade, e dentro dessas recomendações, foi destacada a de priorização da mão de obra local. “Primeiro por questão de cidadania. A ArcelorMittal está inserida em João Monlevade, e por isso nosso interesse máximo no município. Depois, porque é o melhor a se fazer até pelo impacto social e custo para as empresas, que não precisam arcar com alojamentos e outros fins”, explicou João Carlos.
Outro ponto abordado pelo gerente é que neste primeiro momento, é comum que pessoas de fora venham para a cidade. Isto porque inicialmente é preciso instalar o canteiro de obras e construir equipamentos. “As empresas têm suas equipes fixas para isto. Nenhuma empresa faz um canteiro de obras com pessoas desconhecidas ou sem experiência. Elas têm equipe própria”, detalhou. João Carlos ainda frisou que em alguns casos, o trabalho demanda certa especificação, que às vezes não se encontra. “Ainda assim tem-se dado prioridade para preenchimento de vagas para os candidatos de João Monlevade”, afirmou.
Comprovação por números
Como forma de comprovar sua fala, João Carlos solicitou às empresas a relação de contratados até então. A Paul Wurth informou que dos 308 contratados, 147 moram em João Monlevade, 140 de cidades da região e 21 de Belo Horizonte. A Mascarenhas Barbosa Roscoe (MBR) informou que dos 160 empregados, 146 são de João Monlevade e 14 de fora. “Até o pico da obra, serão contratadas mais 80 pessoas por esta empresa, e a projeção é que 75% sejam daqui”, acrescentou. Já a Reframax informou que no pico da obra, 240 pessoas serão contratadas e que hoje, 100 de João Monlevade estão empregados. “Projetando para o pico das obras, serão 63% contratados de nossa cidade. Isso demonstra que a informação que demos no ofício é verdadeira”, informou o gerente.
Documentação dificulta contratação
João Carlos ainda informou aos vereadores as dificuldades das empresas nesta contratação de mão de obra local. Segundo ele, o CAT/Sine faz a primeira triagem, passando às empresas os currículos selecionados, com comprovante de endereço em João Monlevade. “Os candidatos passam por todo o processo e são fichados. Aí, quando as empresas se dão conta, um mesmo comprovante de endereço foi utilizado por 10 trabalhadores, ou seja, são usadas artimanhas como alugar uma casa como república ou pegar comprovante de endereço de terceiros. Mas na entrevista o candidato afirma que reside aqui”, explicou João Carlos. Especificamente nesta situação, as empreiteiras solicitam ao Cat/Sine que sejam mais rigorosos nesta seleção.
Outro ponto levantado pelas empresas à ArcelorMittal é que algumas vagas demandam uma especialização, e que quando não encontram na cidade, buscam fora. “Há ainda o dificultador de que alguns candidatos levam documentação incompleta. Tomei a liberdade de mostrar alguns currículos às empresas. O representante de uma delas disse que teve um senhor que passou no processo, na entrevista, mas não apresentou o atestado de bons antecedentes. Deste jeito não houve como contratá-lo”, declarou João Carlos.
Ao fim de sua fala, João Carlos destacou que não foram preenchidas ainda todas as vagas. “O pico das contratações será a partir da segunda quinzena de julho. O alto forno só para dia 27 do mês que vem. O processo ainda está correndo”, informou. O representante da ArcelorMittal ainda disse que as empresas terceirizadas se comprometeram novamente a priorizar a contratação pelo Cat/Sine e também a solicitar que o processo seja mais rigoroso.
Vereadores sugerem melhorias no processo
Após ouvirem as colocações, os vereadores fizeram uso da palavra. Todos agradeceram à ArcelorMittal pela disponibilidade e clareza nesta questão. Neste momento, Cláudio Cebolinha sugeriu que o Cat/Sine e até mesmo as empresas exijam que seja apresentado como comprovante de residência o título de eleitor do candidato. Desta forma os vereadores acreditam que será reduzida a possibilidade de informação enganosa passada por alguns. Já Toninho Eletricista sugeriu que a Prefeitura ofereça capacitação gratuita aos trabalhadores de João Monlevade, para que possam disputar as vagas. Djalma Bastos agradeceu a disponibilidade da empresa e reforçou o papel conciliador do Legislativo.
Logo após a reunião com os vereadores, três representantes dos trabalhadores desempregados em Monlevade solicitaram uma reunião com João Carlos e Lucas Vilela e foram prontamente atendidos. Todas as informações repassadas aos vereadores foram direcionadas a estes trabalhadores. Os mesmos agradeceram a atenção e fizeram também a sugestão de se exigir o título de eleitor durante o processo seletivo. Eles cobraram ainda mais rigor do Cat/Sine nesta seleção.